[Esse texto foi escrito por um amigo meu.... muito bom]
Passados quase 7 anos da passagem para o novo milênio... As coisas mudaram por esses dias. São poucas as gerações que têm a oportunidade de viver essa situação. Tivemos essa sorte e embora não me sinta velho, tenho que admitir que nasci em outro século e pior do que isso, no milênio passado! Mesmo que essas mudanças possam parecer significativas, de nada servem se não forem acompanhadas por, uma, outra mudança: a mudança de atitude.
Conheço pessoas que ficam felizes quando olham no calendário e percebem que o ano está quase acabando: “Faltam poucos dias para que esse ano ruim acabe!”. Calendários são números inventados para tornar nossa vida um pouco mais fácil, apenas isso. No calendário nada muda, nós quem mudamos. É claro que as mudanças são sempre difíceis, envolvem paradigmas, preconceitos, coragem e acima de tudo, força de vontade. Na política não é diferente. O sistema político brasileiro é arcaico, cheio de vícios e absolutamente incompatível com a realidade atual. Embora todos nós saibamos que a política brasileira há muito caducou, passivamente, continuamos a conviver com ela. É como um casal que há muito dorme em quartos separados. Em um quarto “vive” a sociedade, com seus problemas, suas misérias e suas esperanças. No outro, dorme o político, confortável com seus negócios, sua inoperância e seu mundo próprio.
Acontece que a sociedade começa a dar demonstrações de não querer mais este “casamento” de conveniência. O limite da “passividade” parece estar chegando ao fim e o que se vislumbra mais à frente é uma separação definitiva e litigiosa, traumática talvez, mas o que há de se fazer? São anos e anos da mais descarada traição. Tempos de resignação, aceitação e renúncias que agora parecem estar chegando ao fim. A sociedade, essa bela senhora, parece buscar um novo tipo de parceria. O novo parceiro ainda não foi escolhido, mas seus atributos são desde já bastante conhecidos: honestidade, competência, compromisso e ética.
Antes submissa, a sociedade agora estará no comando. Será exigente, altiva e porque não, intolerante. Não serão tolerados compromissos esquecidos, promessas não cumpridas, mentiras e traições. O político antigo, com sua fala mansa e voz macia, perdeu todo seu encanto. Tornou-se obeso, velho e inconveniente. Não dormirá sequer no sofá! É página virada, coisa esquecida, ficou no passado. A sociedade, com seu coração livre, estará radiante, feliz por perceber que ainda está viva, por saber que apesar do tempo perdido, ainda tem muito por fazer.
“Solteirona”, mas aberta às novas relações, a sociedade viverá em festa e com bastante juízo saberá escolher seus novos parceiros. Irá flertar com todos e até namorar alguns, mas casamento só após longo noivado. Os filhos dessa nova relação serão belos, educados, justos e preparados para um futuro digno. E o político antigo, bom, esse já não interessa mais. É assim que eu espero.
(Marcelo Araújo)
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