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Dor de desapego!

Escrevo muito. Sempre fiz isso. Pequena, quando alguma coisa me chateava, lá estava eu com papel e caneta em punho. E fui crescendo e o hábito foi tomando contornos de desabafo, quase terapêutico. Muito pepino no dia-a-dia? Lápis. Muito abacaxi pra descascar? Papel. Muito sapo pra engolir? Mãos a obra, vamos escrever!

Hoje não é diferente. Escrevo ainda. Mais madura, entretanto, não tenho a pretensão de curar meus ais com os meus textos, mas de encará-los todos. É meu método, a forma de alinhavar o pensamento e preparar o corpo e a alma, a cabeça e o coração para o que há de vir.

E a minha dor de hoje é dor de desapego. Não meu, mas de um moço que tem me encantado bastante e a quem não consigo acompanha-lo na postura, nas manias, e, principalmente, no tempo. O tempo dele passa mais lento.

Pondero que se por um lado ele me propõe curtir o presente, por outro ele me impede de fazer planos - "porque o amanhã é incerto demais para quaisquer planos". Nada de sonhar com aquela viagenzinha a dois pr'um friozinho qualquer, nada de sair com amigos e curtir farra gostosa, nada de gozar um jantarzinho íntimo com outro casal. Nada de usar a frase " meu namorado". Hoje? Nem pensar. Amanhã? Nada de planos, lembra?! Estabilidade? nem se cogita! Correr para um porto seguro? seria demais pra cabeça dele!!!

Ainda não consigo me acostumar com a insegurança dos relacionamentos ditos modernos! Quero ter alguém com quem possa contar, que possa desejar sem medo de não ser desejada! Alguém que me ligue só pra saber o que eu fiz do dia, e não apenas para marcar um encontro quando bem entender que é a hora.... Isso é querer demais? não concordo...! O que eu desejo é o mínimo, mas parece que meu mínimo é impossível de ser dado!! "Não quero alguém que morra de amor por mim... Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade."


E eu pensando... E essa ternura, meu Deus! E essa minha ternura inútil, desaproveitada...

Sinto-me vazia de planos, mas estou cheia de fé. E é isso o que importa.

(Raquel Siqueira)

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