Acho a maior graça. Tomate previne isso,cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...
(luís fernando verissimo)
Minha mulher e eu temos o segredo para fazer um casamento durar:
Duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras e eu, às quintas.
Nós também dormimos em camas separadas: a dela é em Fortaleza e a minha, em SP.
Eu levo minha mulher a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta.
Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento, "em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!" ela disse. Então, sugeri a cozinha.
Nós sempre andamos de mãos dadas...
Se eu soltar, ela vai às compras!
Ela tem um liquidificador, uma torradeira e uma máquina de fazer pão, tudo elétrico.
Então, ela disse: "nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar".
Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.
Lembrem-se: o casamento é a causa número 1 para o divórcio. Estatisticamente, 100 % dos divórcios começam com o casamento. Eu me casei com a "senhora certa".
Só não sabia que o primeiro nome dela era "sempre".
Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.
Mas, tenho que admitir: a nossa última briga foi culpa minha.
Ela perguntou: "O que tem na TV?"
E eu disse: "Poeira".
(Luís Fernando Veríssimo)
ÍNDIOS
Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais por não ter nada a dizer
Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês -
É só maldade então, deixar um Deus tão triste.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do inicio ao fim
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
Não ser atacado por ser inocente.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.
(Legião Urbana)
DEFICIÊNCIAS
Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
Louco é quem não procura ser feliz com o que possui.
Cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
Surdo é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
Mudo é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
Paralítico é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
Diabético é quem não consegue ser doce.
Anão é quem não sabe deixar o amor crescer.
Miseráveis são todos que não conseguem enxergar a grandeza de Deus.
Mário Quintana
(Pedro Bial)
Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos.
Parecia que a qualquer instante iria estourar uma piada.
Estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestruturação da cena.
Mas nada acontecia ali de risível, era só dor e perplexidade, que é mesmo o que a morte causa em todos os que ficam.
A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro: a morte, por si só, é uma piada pronta. Morrer é ridículo.
Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da
tarde morre. Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?
Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer.
A troco? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu.
Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente.
De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis.
Qual é? Morrer é um cliche.
Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em
casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas. Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.
Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas
cuido eu.
Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e
morre num sábado de manhã. Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito.
Isso é para ser levado a sério?
Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo.
Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz.
Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero. E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas.
Só que esta não tem graça.
Os TRuques que Mr.M não Revela
Sacana ou não, todo mundo adora quando Mr. M revela o segredo das mágicas mirabolantes que sustentam os ilusionistas. Tigres que desaparecem, mulheres cortadas ao meio, pessoas que levitam, nada mais nos surpreende. É um dedo-duro esse Mister M, e os mágicos têm toda razão de querer socá-lo dentro de uma cartola e despachá-lo para Kuala Lampur com a passagem só de ida. Seguirá Claudia Schiffer fazendo aparições ao lado de David Coperfield, agora que ele está a um passo de pedir esmolas? Mistério. A bem da verdade, acho Mister M um estraga-prazeres, ainda que a curiosidade me impeça de boicotá-lo. Mas eu seria sua fã número 1 se ele revelasse como funcionam os truques de um relacionamento a dois.
1. Você sai com um cara, pinta um clima, ele pede seu telefone e a deixa em casa. Você achou o cara legal, nada além disso. Está na cara que não é seu príncipe. Dia seguinte, ele não liga. Tudo bem. No outro dia, ele não liga de novo. Você começa a achá-lo muito legal. No sábado seguinte, o telefone segue mudo. Você está troncha de saudades. No domingo ele liga, combina um cinema e você, ao desligar, está completamente apaixonada. Como é que ele conseguiu isso?
2. Você sai com um cara, pinta um clima e ele pede pra você ligar no dia seguinte. Você, claro, não vai dar mole. Dia seguinte, meio-dia, você olha para o telefone e pensa: “Ele que espere”. Às três da tarde, pensa: “Se eu ligar, ele vai achar que estou a perigo”. Às cinco: “Mas ele pediu, coitado”. Às seis e meia: “Se eu não ligar, ele vai achar que não estou a fim”. Às sete: “Vai achar que tenho outro”. Às oito você liga, o telefone dele está ocupado e você começa a rugir pela casa. Como foi que ele a transformou numa onça?
3. Vocês terminaram um namoro de seis meses. Quando estavam juntos, você o achava mal-vestido, desbocado, galinha e insensível. Agora que ele se foi, você acha que ele tinha um olhar doce, ótimas pernas, um belo emprego e sintonia fina com você. Que diabo, como é que ele conseguiu virar outra pessoa?
Entregue-os, Mister M.
(M.M.)
o amor não acaba, nós é que mudamos
Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro. Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba?
O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são subtituídos por outros no decorrer da vida. As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor costuma ser amoldado à nossa carência de envolvimento afetivo, porém essa carência não é estática, ela se modifica à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos. O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos.
Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, ou que você sofre, também não muda. Amores eternos só existem para dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão contentes com o que estabeleceram como verdade numa determinada época e seguem com esta verdade até os 120 anos. O outro grupo é o dos sortudos: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o parceiro também evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tão parecida que não gerou conflito.
O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.
(M.M.)
O medo do Amor
Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.
O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.
E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.
Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.
Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.
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Desconstruções
Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem dela. Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela "vende" de si mesma. É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos. Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso. Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo. No final, sobreviverão as boas lembranças. Mas se esta pessoa "inventou" um personagem e você caiu na arapuca, aí, somado à dor da separação, virá um processo mais lento e sofrido: a de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real.
Desconstruindo Flávia, desconstruindo Gilson, desconstruindo Marcelo. Milhares de pessoas estão vivendo seus dias aparentemente numa boa, mas por dentro estão desconstruindo ilusões, tudo porque se apaixonaram por uma fraude, não por alguém autêntico. Ok, é natural que, numa aproximação, a gente "venda" mais nossas qualidades que defeitos. Ninguém vai iniciar uma história dizendo: muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso e cleptomaníaco. Nada disso, é a hora de fazer charme. Mas isso é no começo. Uma vez o romance engatado, aí as defesas são postas de lado e a gente mostra quem realmente é, nossas gracinhas e nossas imperfeições. Isso se formos honestos. Os desonestos do amor são aqueles que fabricam ideias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, atónito.
Quem se apaixonou por um falsário, tem que desconstruí-lo para se desapaixonar. É um sufoco. Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir, que o seu desejo de amar é mais forte do que sua astúcia. Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento nobre e verdadeiro não chegou a existir, tudo não passou de uma representação – e olha, talvez até não tenha sido por mal, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa.
A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial. Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a desamá-lo um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé.
(desconhecido)
Tolerância pro amor
Quando Fidel Castro mandou fuzilar os homens que tentaram fugir de Cuba numa embarcação clandestina, meses atrás, o mundo se revoltou. Até mesmo aqueles que eram simpatizantes da política do ditador se manifestaram contra. O escritor José Saramago foi quem melhor soube sintetizar seu sentimento: “Cheguei até aqui”. Com esta simples frase, ele demonstrou qual era seu limite de tolerância. Não iria adiante com Fidel.
Todos nós temos um limite de tolerância em relação a tudo. Mas nas questões amorosas este limite tende a se esticar em função das nossas carências, das nossas fantasias, da nossa esperança de que, da próxima vez, as coisas irão dar certo. Mas não dão. E não dão de novo. Até onde você pode chegar?
Você teve uma relação terminada, sofreu muito, mas até hoje o cara segue seduzindo você. Você não dá a mínima, até que um dia cede, mas aí ele é que não corresponde. Você volta a ficar na sua, ele volta a seduzí-la, você resiste, resiste, resiste, até que um dia você cede de novo, marca um encontro, e ele cancela. E assim passam-se meses, anos, numa situação absurda: ele atrás de você, e quando você diz sim, ele cai fora. Se você não consegue dar um basta nisso, é porque você ainda tem tolerância pra gastar.
Ela lhe telefona e você larga tudo para vê-la, mas no dia seguinte ela volta pro namorado.
O sexo é ótimo entre vocês, mas quando não estão na cama, vocês não conseguem trocar meia-dúzia de frases sem brigar.
Vocês adoram os mesmos filmes, os mesmos programas, são apaixonados um pelo outro, mas sexualmente há uma falta de atração total.
Você se sente infeliz, mas não tem coragem de começar vida nova.
Você se arrependeu de deixá-la, mas seu orgulho impede de pedir pra voltar.
Até onde podemos ir? Até o limite do suportável. Um belo dia, depois de inúmeras repetições do mesmo erro, a gente desiste. Com tristeza pela perda, mas com alegria pela descoberta, diz pra si mesmo: “cheguei até aqui”. E, então, a vida muda.
(M.M)
Conselhos de um velho apaixonado!
seu coração parar de funcionar por alguns segundos,
preste atenção: pode ser a pessoa
mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,
houver o mesmo brilho intenso entre eles,
fique alerta: pode ser a pessoa que você está
esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo
for apaixonante, e os olhos se encherem
d'água neste momento, perceba:
existe algo mágico entre vocês.
Se o 1º e o último pensamento do seu dia
for essa pessoa, se a vontade de ficar
juntos chegar a apertar o coração, agradeça:
Algo do céu te mandou
um presente divino : O AMOR.
Se um dia tiverem que pedir perdão um
ao outro por algum motivo e, em troca,
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos
e os gestos valerem mais que mil palavras,
entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
Se por algum motivo você estiver triste,
se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa
sofrer o seu sofrimento, chorar as suas
lágrimas e enxugá-las com ternura, que
coisa maravilhosa: você poderá contar
com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir, em pensamento, sentir
o cheiro da pessoa como
se ela estivesse ali do seu lado...
Se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos,
chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...
Se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...
Se você tiver a certeza que vai ver a outra
envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção
que vai continuar sendo louco por ela...
Se você preferir fechar os olhos, antes de ver
a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes
na vida poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.
Às vezes encontram e, por não prestarem atenção
nesses sinais, deixam o amor passar,
sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.
É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem
cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!! "
(Carlos Drummond de Andrade)
O que esperar do amor...
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(Clotilde Tavares) |
De cara lavada
hoje me desfiz dos meus bens
vendi o sofá cujo tecido desenhei
e a mesa de jantar onde fizemos planos
o quadro que fica atrás do bar
rifei junto com algumas quinquilharias
da época em que nos juntamos
a tevê e o aparelho de som
foram adquiridos pela vizinha
testemunha do quanto erramos
a cama doei para um asilo
sem olhar pra trás e lembrar
do que ali inventamos
aquele cinzeiro de cobre
foi de brinde com os cristais
e as plantas que não regamos
coube tudo num caminhão de mudança
até a dor que não soubemos curar
mas que um dia vamos
(Martha Medeiros)
Fantasmas...
Você sabia que existem homens fantasmas? – É existem sim! Eles aparecem e somem de repente da sua vida. No começo agem como se não quisessem nada – pura tática! Tudo que eles querem é te assombrar. Fingem-se de bonzinhos – se dispõem até a fazer algumas aparições: te ligam, saem com você, mandam mensagem, dão atenção toda especial – È estranho um fantasma poder fazer tanta coisa, mas é porque o homem fantasma não é desocupado – há trabalho a ser feito para que o objetivo seja alçando e a missão então cumprida – como são ousados, vêm e mostram para que vieram!
A primeira parte do plano é deixar a mulher segura – por isso usam das aparições. Se a vítima cair, então entram na segunda etapa: começam a pedir algo em troca, e quando a mulher não se propõem a dar-lhes, utilizam outra estratégia – a da forçassão de barra – tipo uma chantagem emocional – muitas vezes dizem até que estão apaixonados e quando não dizem (porque nem todos dispõem desse poder – falar de amor) dão dicas para que a mulher entenda que sim. Algumas caem no golpe, outras mais espertas que eles, não se deixam iludir por esses ‘filhos da mãe’ que só aparecem para perturbar.
Plano feito, táticas usadas, etapas cumpridas – Se conseguirem um resultado positivo eles ficam e te assombram mais um pouquinho – até você perder a graça e então se cansarem da brincadeira – aí é a hora de tentar inovar –precisam de uma peça nova pra tudo então se tornar mais divertido. Quando apesar dos esforços aparentes eles não conseguem o esperado, partem para outra – o alvo já não é mais você – bom pra você que se livrou de um fantasma e ruim para a próxima vítima – essa agora pode está fragilizada – e se estiver – coitada, vai cair na armadilha!!!
Como diferenciar um homem fantasma de um homem de verdade? Infelizmente não tem como, porque os fantasmas têm as mesmas características físicas do homem de verdade – bem que eles poderiam ter um dedo a menos ou uma orelha cortada, alguma coisa que servisse para distingui-los – só que não há. A saída é você, mulher como eu, usar de uma tática também: não dar nada de imediato a homem algum – afinal, pode ser assombração – mas se for não durará muito tempo em sua vida, porque fantasma desaparece muito rápido! – são impacientes - têm metas a cumprir e não pode perder tempo com um alvo só. Se o contrário for – você tiver a chance (ou seria a sorte?) de encontrar um homem de verdade, esse permanecerá em sua vida – pois diferentemente dos fantasmas, você para ele não é um objetivo – tudo que o homem de verdade quer é se fazer bem real – e detalhe: sem esperar nada em troca.
Não seja um alvo fácil – não permita-se ser apenas mais um número na estatística desses malditos. Mas se for, perceba isso a tempo de não cair na cilada – exorcize-os de sua vida, e faça o favor de não acreditar mas neles – porque não existem – são apenas frutos de sua imaginação.
(Raquel Siqueira)
Cuida da imagem que você anda deixando por onde passa.
Que lembrança você anda gravando nas pessoas?
Algumas musicas dos anos 60...
[Música: Você passa eu acho graça (1968)
Autoria: Ataulfo Alves e Carlos Imperial
Interpretação: Clara Nunes]
Quis você pra meu amor,
E você não entendeu,
Quis fazer você a flor,
De um jardim somente meu,
Quis lhe dar toda ternura,
Que havia dentro em mim,
Você foi a criatura,
Que me fez tão triste assim.
Ah! E agora,
Você passa eu acho graça,
Nessa vida tudo passa,
E você também passou,
Entre as flores,
Você era a mais bela,
Minha rosa amarela,
Que desfolhou, perdeu a cor.
Lá, lá, lálá, láiá...
Tanta volta o mundo dá,
Nesse mundo eu já rodei,
Voltei ao mesmo lugar,
Onde um dia eu encontrei,
Minha musa, minha lira,
Minha doce inspiração,
Seu amor foi a mentira,
Que quebrou meu violão
Ah! E agora,
Você passa eu acho graça,
Nessa vida tudo passa,
E você também passou,
Entre as flores,
Você era a mais bela,
Minha rosa amarela,
Que desfolhou, perdeu a cor.
Lá, lá, lálá, láiá...
Seu jogo, é carta marcada,
Me enganei, não sei porque,
Sem saber que eu era nada,
Fiz meu tudo de você,
Pra você fui aventura,
Você foi minha ilusão,
Nosso amor foi uma jura,
Que morreu sem oração.
Ah! E agora,
Você passa eu acho graça,
Nessa vida tudo passa,
E você também passou,
Entre as flores,
Você era a mais bela,
Minha rosa amarela,
Que desfolhou, perdeu a cor.
Lá, lá, lálá, láiá......
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
[Música: Namoradinha de um amigo meu
Autoria: Roberto Carlos
Interpretação: Roberto Carlos ]
Estou amando loucamente
A namoradinha de um amigo meu
Sei que estou errado
Mas nem mesmo sei como isto aconteceu
Um dia sem querer olhei em seu olhar
E disfarcei até pra ninguém notar
Não sei mais o que faço
Pra ninguém saber que estou gamado assim
Se os dois souberem
Nem mesmo sei o que eles vão pensar de mim
Eu sei que vou sofrer mas tenho que esquecer
O que é dos outros não se deve ter
Vou procurar alguém que não tenha ninguém
Pois comigo aconteceu gostar da namorada de um amigo meu
Comigo aconteceu gostar da namorada de amigo meu
Comigo aconteceu gostar da namorada de amigo meu
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[Música: Minha Namorada
Autoria: Carlo Lira e Vinicius de Morais
Interpretação:Dick Farney]
Ah que linda namorada você poderia ser
Se quiser ser somente minha exatamente esta coisinha,
Esta coisa toda minha que ninguém mais pode ser,
Você tem que me fazer um juramento,
De só ter um pensamento,
Ser só minha até morrer,
E também de não perder esse jeitinho,
De falar devagarinho,
Estas histórias de você,
E de repente me fazer muito carinho,
E chorar bem de mansinho sem ninguém saber porque,
E se mais do que minha namorada,
Você quer ser,
Minha amada,
Minha amada mas amada pra valer,
Aquela amada pelo amor predestinada,
Sem a qual a vida é nada,
Sem a qual se quer morrer.
E talvez o meu caminho, seja triste pra você,
Os teus olhos tem que ser, só dos meus olhos,
E os seus braços, o meu ninho,
No silêncio de depois,
E você tem, que ser a estrela derradeira,
Minha amiga e companheira,
No infinito de nós dois.
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[Música: Carolina
Autoria: Letra e Música: Chico Buarque de Holanda
Interpretação: Chico Buarque de Holanda]
nos seus olhos fundos guarda tanta dor,
a dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei, que não vai dar,
seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar,
é hora, já sei, de aproveitar
Lá fora,amor,
uma rosa nasceu, todo mundo sambou,
uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo,
pela janela, ah que lindo
Mas Carolina não viu...
Carolina,
nos seus olhos tristes, guarda tanto amor,
o amor que já não existe,
Eu bem que avisei, vai acabar,
de tudo lhe dei para aceitar
mil versos cantei pra lhe agradar,
agora não sei como explicar
Lá fora, amor,
uma rosa morreu, uma festa acabou,
nosso barco partiu.
Eu bem que mostrei a ela,
o tempo passou na janela
e só Carolina não viu.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~[Música: Festa de Arromba
Autoria: Roberto Carlos e Erasmo Carlos
Interpretação: Erasmo Carlos]
Vejam só que festa de arromba
No outro dia fui parar,
Presentes no local,
O radio e a televisão
Cinema, mil jornais,
Muita gente, confusão,
Na entrada chegar
Pois a multidão,
Estava de amargar,
Hey, Hey,(hey, hey)
Que onda,
Que festa de arromba.
Ronnie Cord com um copo na mão
Enquanto Prini Lorez,
Bancava o anfitrião,
Apresentando a todo mundo,
Meire Pavão,
Wanderléa ria e Cleide desistia,
De agarrar um doce,
Que do prato não saia,
Hey ,Hey ( hey hey)
Que onda,
Que festa de arromba.
Tocavam na piscina
The Clevers no terraço,
Jet Black's no salão,
Os Bells de cabeleira,
Não podiam tocar,
Enquanto a Rosemary,
Não parasse de dançar,
Roberto Carlos em seu novo carrão,
Enquanto Tony e Demétrius,
Fumavam no jardim
Sérgio e Zé Ricardo,
Esbarravam em mim,
Lá fora um corre corre,
Dos brotos do lugar,
Era o Ed Wilson que acabava de chegar
Hey, Hey,(hey, hey)
Que onda,
Que festa de arromba...
Vinícius de Moraes...
A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
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Eu não existo sem você
Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você
Falhar na cama
"Pobres entrevistadores, profissão difícil a deles. Na falta de assunto, são obrigados a perguntar para o entrevistado coisas estapafúrdias como ¿você já falhou na cama?¿. E os convidados respondem, que gente educada. O cantor Fabio Junior, semana passada, disse num programa de tevê que também já havia falhado. É natural. Aliás, este tipo de falha nem deveria mais entrar em pauta, já que seres humanos se cansam, se estressam, ficam ansiosos, e isso tudo também acaba embolado nos lençóis. Broxar não é falha, é no máximo uma frustração momentânea, e passa. Falhar na cama é outra coisa.
Quando um casal tira a roupa e se deita juntos, as regras passam a ser determinadas por eles e ninguém mais. Não há certo nem errado, tudo é permitido, desde que com o consentimento de ambas as partes. Consentiu? Então vale sadomasoquismo, fantasias eróticas, lambuzamentos, ménages a trois, a quatre, a cinq... vale o que der prazer, vale o combinado.
O que não vale é forçar a barra. O que não pode é haver imposição de uma prática com a qual um dos dois não concorda. O que não se admite é violência e brutalidade, a não ser que elas façam parte do cardápio sexual do casal. Se não fizer, é estupro. Isso é falhar na cama.
Não vou dizer que falta de amor também é falha, porque não é. Muitas vezes o amor não é convidado pra festinha. Não é preciso amar. Não é preciso nem fingir que ama, todo mundo é adulto e deve saber mais ou menos o que esperar do encontro. Mas, mesmo não amando, não custa ser carinhoso. Não custa, depois do embate terminado, ter um pouco de paciência, não sair correndo como se fosse perder o último ônibus da madrugada. Não custa lembrar do nome da pessoa com quem você esteve há cinco minutos gemendo agarradinho. Não custa dizer que foi bom pra você. Se não foi, considere essa mentirinha a boa ação do dia. Pra que dizer que vai denunciar a criatura pro Procon por propaganda enganosa? Não seja grosseiro. Isso é falhar na cama.
O resto está liberado pra rolar. Inclusive não rolar. "
O fantasma da ex
''Dificilmente você namora ou está enrolado com uma pessoa 0km. Seu grande amor provavelmente já teve um outro grande amor antes de você, assim como você tem alguma quilometragem percorrida também. Normal. O problema é quando o ex do seu amor não ficou no passado: ainda ronda o presente.
Você achava que ele estava morto e enterrado, mas que nada, o fantasma ainda assombra. Manda e-mails pro seu amor, telefona de vez em quando, surge nos mesmos lugares em que vocês estão. Uma praga. Vocês construíram uma relação supersólida, está tudo indo mais do que bem, não há motivo para desconfiança ou insegurança. Mas até quando? O ser humano é saudosista por natureza. De repente, num momento de carência, você pode não estar por perto e o seu amor se deixar levar por uma sessão nostalgia. Quem garante que não?
Ninguém garante nada nesta vida. Mas não vejo muita razão para alguém se preocupar demasiadamente com os ex. Eles já tiveram sua vez. Por alguma razão, não deu certo. Eu sei, eu sei, isso não quer dizer absolutamente nada, os dois podem ter continuado a se amar mesmo assim, eles podem ter deixado arestas por apontar, eles podem ter coisas entaladas na garganta para dizer um ao outro. Brrrrr. Assustador. Mas também é muito provável que, se eles tentarem de novo, vão esbarrar nos mesmos problemas que os fizeram separar. Ex é prato requentado. Quase um parente.
Eu não tenho fobia com ex, ao menos não com uma ex que tenha sido bem vivida, bem curtida. Fico mais apreensiva em relação àquelas que podem vir a ser casos passageiros, aventurazinhas bobas, mas que podem surpreender. Não temo fantasmas, temo gente bem viva, bem acordada, oferecendo novidades, fantasias. Ex é um direito adquirido. Chegou antes. Tem privilégios. Merece respeito. E se seu grande amor cair nessa armadilha, terminar com você e voltar para o passado, relaxe, não se apavore. Será sua vez de assombrar. A ex agora é você.''
(M.M)
Tentando um novo amor
''Para curar uma dor de amor, digam o que quiserem, só conheço um remédio: um amor novinho em folha. Enquanto nosso coração não encontrar outro pretendente, ficaremos cultivando o velho amor, alimentando-o diariamente, sofrendo por ele e, no fundo, bem no fundinho, felizes por ter para quem dedicar nossos ais e nossa insônia. A gente só enterra mesmo o defunto quando outra pessoa surge para ocupar o posto.
Se isso lhe parece uma teoria simplista, toque aqui. É simplista sim. Isso de enterrar o defunto do dia pra noite só funciona quando o defunto era apenas uma paixonite, um entusiasmo, fogo de palha. Porém, se era algo realmente profundo, um sentimento maduro, aí o efeito do novo amor pode revelar-se um belo tiro pela culatra. Ele acabará servindo apenas para dar a você a total certeza de que aquele amor anterior era realmente um bem durável. E a dor voltará redobrada.
Um beijo que deveria inaugurar uma nova fase em sua vida pode trazer à tona lembranças fortes do passado, e nem é preciso comparar os beijos, apenas as sensações provocadas. Quem já vivenciou isso sabe o constrangimento que é beijar alguém e morrer de saudades do antecessor.
Um novo amor pode transformar o que era opaco em transparência: você não sabia exatamente o que sentia pelo ex, se era amor ou não, então surge outra pessoa e você descobre que sim, era amor, caso contrário não sentiria esse abandono, essa perturbação, essa forte impressão de que está fazendo uma tentativa inútil, de que não conseguirá ir adiante.
Mas o que fazer? Encarar uma vida monástica, celibatária? Nada disso. Viva as tentativas inúteis! Uma, duas, três, até que alguma delas consiga superar de vez a inquietação do passado, que venha realmente inaugurar uma nova fase em sua agenda amorosa, que deixe você tranqüilo em relação ao que viveu e ao que deve viver daqui pra frente.
No entanto, quanto mais escrevo, mais me dou conta de que não há fórmula que dê garantia para nossas atitudes, de que não há pessoa neste mundo que não possa nos surpreender, de que tudo o que vivemos são tentativas, e que inútil, inútil mesmo, nenhuma é.''
(M.M)